samedi 29 septembre 2012

Teste aos ensinamentos da religião



Quando indagamos em que se funda sua reivindicação a ser acreditada, deparamo-nos com três respostas, que se harmonizam de modo excepcionalmente mau umas com as outras. Em primeiro lugar, os ensinamentos merecem ser acreditados porque já o eram por nossos primitivos antepassados; em segundo, possuímos provas que nos foram transmitidas desde esses mesmos tempos primevos; em terceiro, é totalmente proibido levantar a questão de sua autenticidade. Em épocas anteriores, uma tal presunção era punida com os mais severos castigos, e ainda hoje a sociedade olha com desconfiança para qualquer tentativa de levantar novamente a questão. Esse terceiro ponto está fadado a despertar nossas mais fortes suspeitas. 

Afinal de contas, uma proibição desse tipo só pode ter uma razão - que a sociedade se acha bastante cônscia da insegurança da reivindicação que faz em prol de suas doutrinas religiosas. Caso contrário, decerto estaria pronta a colocar os dados necessários à disposição de quem quer que desejasse chegar à convicção. Assim sendo, é com uma sensação de desconfiança difícil de apaziguar que passamos ao exame dos outros dois fundamentos de prova. Temos que acreditar porque nossos antepassados acreditaram. Mas nossos ancestrais eram muito mais ignorantes do que nós. Acreditavam em coisas que hoje não nos é possível aceitar, e ocorre-nos a possibilidade de que as doutrinas da religião possam pertencer também a essa classe. 

As provas que nos legaram estão registradas em escritos que, eles próprios, trazem todos os sinais de infidedignidade. Estão cheios de contradições, revisões e falsificações e, mesmo onde falam de confirmações concretas, elas próprias acham-se inconfirmadas. Não adianta muito asseverar que suas palavras, ou inclusive apenas seu conteúdo, se originam da revelação divina, porque essa asserção é, ela própria, uma das doutrinas cuja autenticidade está em exame, e nenhuma proposição pode ser prova de si mesma.

Chegamos assim à singular conclusão de que, de todas as informações proporcionadas por nosso patrimônio cultural, as menos autenticadas constituem precisamente os elementos que nos poderiam ser da maior importância, ter a missão de solucionar os enigmas do universo e nos reconciliar com os sofrimentos. Não poderíamos ser levados a aceitar algo de tão pouco interesse para nós quanto o fato de as baleias darem à luz filhotes, em vez de porem ovos, se não se pudesse apresentar provas melhores do que isso.

Esse estado de coisas é, em si próprio, um problema psicológico bastante notável. E que ninguém imagine que o que declarei a respeito da impossibilidade de provar a verdade das doutrinas religiosas contenha algo de novo. Isso já foi sentido em todas as épocas, e, indubitavelmente, também pelos ancestrais que nos transmitiram esse legado. Muitos deles provavelmente nutriram as mesmas dúvidas que nós, mas a pressão a eles imposta foi forte demais para que se atrevessem a expressá-las. E, visto que incontáveis pessoas foram atormentadas por dúvidas semelhantes e se esforçaram por reprimi-las, por acharem que era seu dever acreditar, muitos intelectos brilhantes sucumbiram a esse conflito e muitos caracteres foram prejudicados pelas transigências com que tentaram encontrar uma saída para ele.

Sigmund Freud - O Futuro de uma Ilusão



vendredi 14 septembre 2012

51



51 componentes da consciência na tradição Mahayana

As Cinco Formações Mentais Universais:
contacto; atenção; sensações; percepções; e motivação

As Cinco Formações Mentais Específicas:
zelo; a determinação; a atenção; a concentração; a compreensão

As Onze Formações Mentais Benéficas:
a fé; a humildade; a compaixao; a ausência de avidez; a ausência de aversão; a ausência de ignorância; a energia ou aplicação; a facilidade; o cuidado, a vigilância; a équaminidade;a nao violencia

As Seis Formações Mentais não Benéficas:
a fixaçao; a aversão; a ignorância; o orgulho; a dúvida; as ilusoes

as Vinte Formações Mentais não Benéficas secundárias:
a cólera; o ressentimento; a hipocrisia; a maldade; a inveja; o egoísmo; o engano; a duplicidade; o desejo de prejudicar; o orgulho; a ausência de humildade; a ausência de humildade no que diz respeito aos outros; a agitação; a inércia; a falta de fé; a negligência; indolencia; o esquecimento; a distração; a falta de discernimento

As Quatro Formações Mentais Indeterminadas:
a lamentação; o torpor; a impulsão; a analise