mercredi 22 décembre 2010

O Seu Último Livro de Auto-Ajuda




A autoajuda elevada pode ser prejudicial para você e para os que lhe são próximos. Pense sobre o seguinte: quando falta a alguém a capacidade de autocrítica, ele pode atropelar os sentimentos dos outros - ou seus direitos- sem remorsos.
Eis aqui algumas das questões abordadas pelos reconhecidos pesquisadores Martin Seligman e David Myers sobre crenças tendenciosas:
  • Será que as crianças não precisam errar ou se sentir tristes, nervosas e zangadas se é que desejam conhecer sucesso, alegria, contentamento e afabilidade?
  • Será que as crianças não precisam aprender a encarar medos, tristezas e decepções tanto quanto situações mais positivas?
  • O que dizer do argumento "não há dias sem noite"? Será que evitar sentir-se mal torna mais difícil o sentir-se bem ou mesmo saber o que se sentir bem realmente significa?
  • Será que alguns dos adultos mais felizes e bem-sucedidos também não tiveram suas infâncias cheias de acontecimentos negativos?
  • Será que algumas das piores e mais cruéis pessoas do mundo não terão vindo, por vezes, de lares amorosos e protetores?
  • Será realmente válida a antiga premissa de Freud sobre a importância da história passada?
Culpa: a nobre emoção
De acordo com os auto-ajudantes, a culpa é a emoção antifelicidade por excelência. Dizem eles que não podemos ser felizes quando nos sentimos culpados: eu, porém, afirmo que não podemos ser realmente felizes se não sentirmos culpa.
Acredito que a felicidade não é, de forma alguma, uma emoção isolada e individual. Ela, na verdade, depende de uma felicidade coletiva. Quando alguém se sente culpado, é porque, muitas vezes, sabe que golpeou aquela felicidade coletiva e, assim, não consegue sentir, ele mesmo, a felicidade.
Culpa é essencial para que verdadeiras mudanças aconteçam. Ela pode conduzir a uma consideração mais reflexiva sobre a vida, sobre como a levamos e como influenciamos a vida de outras pessoas. É possível que uma criança que aprende a não se sentir profundamente envergonhada por ter agredido um amigo jamais aprenda que bater é errado ou venha a perceber este princípio como uma regra arbitrária de autoridade. O cônjuge que trai, a pessoa que faz um comentário mordaz sobre um amigo, os pais que negligenciam um filho - todos deveriam se sentir culpados. Sem culpa, nós nos tornaríamos, na melhor das hipóteses, seres ensimesmados ou até mesmo sociopatas. Nas palavras do psiquiatra Willard Gaylin a um entrevistador: "Todos os psicológos 'pop' estão orientnando mal as pessoas no que se refere a culpa e consciência. A culpa é uma emoção nobre; a pessoa que não a sente é um monstro."

Paul Pearsall